Quando tudo se desliga: o que o apagão da Península Ibérica nos diz sobre a presença digital das marcas

No dia 28 de Abril, um apagão elétrico afetou a Península Ibérica, deixando milhares de pessoas temporariamente sem acesso à energia. Durante longas horas, as luzes apagaram-se, os serviços pararam e as rotinas digitais foram abruptamente interrompidas. De repente, dependíamos de baterias enquanto fosse possível e velas. Num mundo altamente conectado, bastou um corte de energia para nos lembrar da nossa vulnerabilidade.

Enquanto especialista em marketing digital, não consigo ignorar o paralelismo: este episódio fez-me pensar nas marcas cuja presença digital depende de uma ligação contínua, mas superficial — e que, tal como muitos lares durante o apagão, ficam às escuras ao menor sinal de falha.

O que distingue uma marca resiliente no digital?

O apagão mostrou-nos a importância de sistemas alternativos, de planos de contingência e de não depender de uma única fonte. As marcas devem aplicar o mesmo princípio à sua estratégia digital. Eis alguns pontos essenciais:

  • Ecossistema digital próprio: um site funcional, otimizado, com SEO sólido, e canais de comunicação direta (como newsletters) continuam a ser a espinha dorsal de uma presença digital forte.
  • Capacidade de resposta em crise: há um plano preparado caso as redes sociais parem, o site fique offline ou surja uma crise reputacional?
  • Clareza de mensagem: a marca sabe o que representa, o que comunica e para quem? Ou está sempre a reagir ao que “os outros fazem”?
  • Investimento na relação: mais do que seguidores, importa ter uma audiência fiel. Tal como durante o apagão, quando o que conta é quem realmente te conhece e te procura.

A presença digital é mais do que estar “ligado”

Ter redes sociais ativas, um website atualizado ou enviar newsletters com alguma frequência pode dar a ilusão de que uma marca está digitalmente presente. Mas a questão que importa colocar é: presente de que forma? E com que propósito?

Muitas marcas ainda tratam a sua presença digital como uma formalidade — algo que existe porque tem de existir, mas sem estratégia associada. Criam conteúdos sem rumo, replicam tendências sem identidade, e falam com todos, mas não chegam verdadeiramente a ninguém. Estão ligadas, sim. Mas não estão conectadas.

E quando acontece uma falha — seja técnica, seja uma crise de reputação, seja uma quebra de tráfego ou mudança de algoritmo — revelam-se as fragilidades dessa presença digital superficial. Tal como durante o apagão, percebe-se quem tem geradores preparados… e quem fica às escuras.

O digital não é garantido – é construído

O blackout que vivemos foi um lembrete: a infraestrutura, por mais robusta que pareça, pode falhar. O mesmo se aplica à presença digital. Estar online é importante, mas não chega. A presença digital deve ser pensada como um ativo estratégico, construído com propósito, com flexibilidade e com planos alternativos.

Porque no fim, o que distingue as marcas que permanecem visíveis — mesmo no escuro — é a capacidade de manter uma ligação autêntica com as pessoas, independentemente da plataforma ou da tecnologia.

Por: Tatiana Serrão, Especialista em Social Media Marketing


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