Trend overload: tens mesmo de seguir todas?

A era do conteúdo instantâneo (e descartável)

A velocidade com que surgem novas tendências (e novas plataformas) está a deixar muitos/as gestores/as de redes sociais à beira do colapso criativo. Vivemos numa era onde uma trend nasce e morre em 48 horas, onde as plataformas mudam de layout mais vezes do que tu mudas de meias e onde continua a haver quem diga “era só fazer um post engraçado para o Instagram”, ignorando por completo a complexidade e estratégia que a profissão exige.

 

A pressão para acompanhar tudo e todos

Ser gestor/a de redes sociais em 2025 é uma verdadeira montanha-russa. Por um lado, temos mais ferramentas e oportunidades para criar conteúdos com qualidade e impacto, o que é entusiasmante. Por outro, enfrentamos atualizações constantes: mal nos adaptamos às últimas mudanças e começamos a ver resultados, já estamos a repensar o plano de todos os clientes porque o Adam Mosseri (sim, o do Instagram) decidiu mudar, mais uma vez, o tamanho dos posts ou a lógica do algoritmo.

E quando finalmente conseguimos tempo para gravar um vídeo ou preparar um post bem pensado para alinhar com uma trend relevante… ela já passou. As pessoas já estão noutra. Aquele esforço perde relevância em horas.

 

Atualizações constantes

Também as plataformas mudam todos os dias. Literalmente. Hoje o botão está à esquerda, amanhã desapareceu. Mantermo-nos atualizados/as é quase uma profissão à parte. Este ritmo tem colocado muitos profissionais em piloto automático, a cumprir tarefas, sem tempo para parar, refletir, respirar… e criar com intenção.

O perigo do burnout criativo está sempre à espreita. Ainda assim, sentimos que temos de continuar a publicar. A pressão para sermos criativos, estratégicos, trend-setters, consistentes, visualmente perfeitos, tudo ao mesmo tempo, está a tornar-se insustentável.

Por isso, é cada vez mais urgente privilegiar a estratégia e a qualidade do conteúdo. Nem todas as trends fazem sentido para todas as marcas. E está tudo bem.

Aliás, insistir em estar presente em todas as tendências pode ser contraproducente, especialmente para quem gere múltiplas marcas em simultâneo.

 

Como decidir se uma trend vale a pena?

O conteúdo relevante, bem pensado e alinhado com os objetivos da marca, gera autoridade e confiança. E esse investimento, a médio e longo prazo, vale muito mais do que alcançar uma nova pessoa, uma vez, só porque apanhámos boleia de uma trend, que, sejamos honestos, provavelmente nunca mais vai interagir com a marca.

Sim, devemos estar atentos/as às tendências e analisar aquilo que melhor ressoa com o nosso público. Mas, a não ser que exista uma ideia realmente brilhante que consiga estabelecer uma ligação genuína entre a trend e o produto/serviço, não devemos sentir que temos de alterar todo o plano mensal só porque agora está na moda comprar chocolate com pistácio a 12€ – Dubai Chocolate.

 

O papel do/a gestor/a de redes sociais: mais do que “postzinhos”

O nosso trabalho, quando feito com intencionalidade e visão, é estratégico e estruturado. Cada decisão deve ser avaliada à luz dos objetivos do cliente. A relevância é importante, claro, mas não é tudo. E pensar que ser gestor/a de redes sociais é apenas fazer posts engraçados todos os dias, estar em todas as plataformas e seguir todas as modas… é reduzir (e desvalorizar) um trabalho exigente, multidisciplinar e essencial.

Por: Beatriz Moita, Gestora de Redes Sociais


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